Ouvi alguém dizer que a vida é o prelúdio da eternidade, que ela é a preparação para o começo de tudo. Há algum tempo tenho pensado em pegadas, marcas, discípulos, então caí na real de que minha vida está sendo tocada; às vezes em acordes maiores e vibrantes, outros dias em tons menores, confusos e tensos. O único salmo atribuído a Moisés, que é o 90, no versículo 12 diz assim: “ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos um coração sábio”. Essa petição de Moisés nos revela uma grande verdade: a eternidade de Deus e a transitoriedade do homem. Deus não está sujeito ao tempo, mas é o criador do tempo. Nós, somos limitados pelo tempo que, sem parar pelo menos um segundo, vai deixando para trás momentos inesquecíveis, sonhos não realizados, pessoas tão especiais, marcas indesejadas em nosso coração. Em todas as manhãs, novas oportunidades surgem para corrigirmos erros do dia anterior, para nos dedicarmos mais a aquilo quem vem à nossa mão, para amarmos mais quem precisa ser amado por nós. Esse prelúdio, que às vezes é mal tocado, truncado, desafinado e as vezes insuportável, deve refletir toda a obra que ainda está por vir; o Condutor e Maestro do Grande Concerto deve ser o mesmo que conduz e desenvolve essa pequena peça que chamamos de vida; apenas assim, o nosso prelúdio será um anúncio genuíno da eternidade.
Fabiano Rocha
